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quinta-feira, 17 de junho de 2010

9ª postagem

9ª postagem

Quero destacar nesta postagem, mais uma vez as aulas de artes, na semana em que trabalhei com os alimentos, eles produziram uma cesta de frutas, para tanto, cada aluno levou uma fruta distinta que tiveram que observar os detalhes desta fruta, o cheiro, a textura, a cor, o tamanho, a fim de que estas características os inspirassem a desenvolver um desenho o mais parecido possível com o natural.

Na aula seguinte, como continuação do trabalho com frutas e verduras, foi mostrado obras e explicado sobre o artista Giuseppe Arcimboldo (1527–1593), que, utilizava como inspiração para desenhar rostos humanos, frutas, verduras, bichos e diversos objetos.

Após a explicação sobre o artista, a tarefa dos estudantes era, exatamente, pegar recortes de frutas e verduras e colar sobre a sobra de um rosto, os trabalhos saíram muito bons, com este resultado e da cesta de frutas, percebe-se que a falta de coordenação motora dos estudantes é mínima, além do bom gosto e capricho ao desenvolver atividades artísticas.

É importante, segundo Barbosa, o desenvolvimento da percepção e imaginação dos alunos:

[...] Não é possível o desenvolvimento de uma cultura sem o desenvolvimento das suas formas artísticas. Não é possível uma educação intelectual, formal ou informal, de elite ou popular, sem arte, porque é impossível o desenvolvimento integral da inteligência sem o desenvolvimento do pensamente divergente, do pensamento visual e do conhecimento presentacional que caracterizam a arte. Se pretendemos uma educação não apenas intelectual, mas principalmente humanizadora, a necessidade da arte é ainda mais crucial para desenvolver a percepção e a imaginação, para captar a realidade circundante e desenvolver a capacidade criadora necessária à modificação desta realidade (Trechos extraídos de entrevista pessoal com Ana Mae Barbosa e entrevistas concedidas a Agência Repórter Social, jornalista Flávio Amaral, e Museu de Arte Contemporânea da USP).

domingo, 13 de junho de 2010

8ª postagem

8ª postagem

As aulas na sala de informática são as aulas mais aguardadas pelos estudantes, provavelmente por não possuírem um computador em casa e nunca terem tido contato com a máquina, portanto, sendo esta oportunidade única para estas pessoas.

Para as aulas no laboratório de informática, são usados sites de jogos referentes aos assuntos tratados em aula, como meio ambiente, corpo humano, alimentos e matemática.

A finalidade dos jogos é dar ênfase aos exercícios feitos em aula, além de servirem como fixação aos assuntos, conforme relata Santos (2003), “o alfabetizando adulto demonstra muito interesse em jogos e brincadeiras relacionados à sua vida, portanto, isso deve fazer parte do processo de alfabetização, uma vez que favorece sua aprendizagem”.

São jogos de memória, de formar frases, caça palavras, soma e subtração. Alguns estudantes, além de gostarem de estar ali, não gostam de determinados jogos, provavelmente pela dificuldade ou de sincronia com mouse, ou pela própria dificuldade na leitura, como a idéia não é tornar este recurso exaustivo para eles, as atividades são dadas conforme a dificuldade de cada estudante. Nesse sentido, Freire (1983, p.47) diz que: “Fazer a História é estar presente nela e não simplesmente nela estar representado [...] Quanto mais conscientemente faça a sua História, tanto mais o povo perceberá, com

lucidez, as dificuldades que têm a enfrentar, no domínio econômico, social e cultural, no processo permanente da sua libertação.”

Além dos jogos, também tivemos um momento para que cada estudante digitasse sua receita para a montagem de um livro de receitas da turma, pois, como afirma Almeida (2003, pp. 7,8):

“O mundo mudou. O conceito de alfabetização mudou. A leitura deste mundo não pode ser feita com os mesmos instrumentos e códigos com que se faziam as leituras dos mundos passados. [...] Paulo Freire dizia que ler é tomar consciência. A leitura é antes de tudo uma interpretação do mundo em que se vive. Mas não só ler permite a interpretação. É necessário também representá-lo pela linguagem escrita. Falar sobre ele, interpretá-lo: escrevê-lo. Ler e escrever, dentro desta perspectiva, é também libertar-se. Leitura e escrita como prática de liberdade.”

7ª postagem

7ª postagem

Nas aulas de educação física, cada estudante, dentro das suas possibilidades, participam, tentando realizar todas as ações estipuladas pela professora que está coordenando as aulas.

Os estudantes entendem que, além de um momento de descontração, as aulas têm finalidades construtivas e, na maioria das aulas a solicitação é a mesma, que tenhamos mais momentos de atividades físicas.

As atividades são as mais distintas, desde jogos com bola, atividades individuais e em grupo, jogos de concentração, de percepção e memória, afim de que cada um tenha noções do respeito às regras, respeito ao próximo e estimulação motora. Segundo Martins (2001, p. 01):

“... em nosso cotidiano utilizamos várias formas de jogo: o dos sentidos, em que a curiosidade nos leva ao conhecimento; os jogos corporais expressos na dança, nas cerimônias e rituais de certos povos; o jogo das cores e dos sons, presente na arte dos imortais; o jogo do olhar. Enfim, ele está aí, fazendo arte de nossas vidas. A intensidade do poder do jogo é tão grande que nenhuma ciência conseguiu explicar a fascinação que ele exerce sobre as pessoas.”

Para este grupo acompanhado por mim, percebe-se uma dedicação muito grande a fim de realizarem as atividades de forma satisfatória, mesmo que o resultado final não seja positivo, além da ajuda mútua existente entre os participantes, o espírito esportivo e solidário para que outro participante que não seja tão empenhado ou com habilidade para tal atividade, possa chegar ao fim da tarefa proposta.

6ª postagem

6ª postagem

Na disciplina de artes estamos produzindo fuxicos, cuja intenção é aprimorarmos a concentração e as habilidades motoras, uma vez que a maioria dos estudantes não teve oportunidades de desenvolver estas habilidades.

Durante a realização dos fuxicos, foi contada a história, ou seja, uma das versões da origem do fuxico, que é o aproveitamento de tecidos, sendo que aqui no Brasil colônia, as mulheres (senhoras) e escravas, durante a realização dos fuxicos, aproveitavam para conversar e falar sobre vários assuntos.

Também aproveitamos o momento para, durante a realização dos fuxicos, fazer rodadas de chimarrão e conversarmos sobre diversos assuntos.

Os estudantes dessa turma não costumam faltar, principalmente nessas aulas, eles nos confessam que a escola é o melhor lugar para que eles façam algo por si próprio, sem que marido, mulher, filhos os chamassem ou interrompessem em seus afazeres, e ainda que o horário de aula é a melhor parte do dia deles.

Para confirmar o sucesso de um momento distinto destes na escola, Massagão (1997, p. 34) nos relata que:

Os produtos passiveis da educação escolar não se reduzem ao aprendizado da leitura, escrita e matemática”, mas também e principalmente a autonomia e auto-estima positiva, advinda dessa nova concepção que o aluno passa a ter dele mesmo, justamente contraria à visão que ele tinha de si mesmo : “experiências passadas de fracasso e exclusão normalmente produzem nos jovens e adultos uma auto-imagem negativa.”

5ª postagem

5ª postagem

Nesta semana o trabalho foi voltado às vitaminas, suas funções e fontes, escrevendo cada palavra e refletindo sobre a forma de como se escreve cada nome de fruta ou verdura.

A curiosidade nessas aulas ficou por conta da falta de participação, os estudantes ouviram quietos e atentos, a impressão é que as informações eram novas, apesar de conhecerem as imagens de frutas e verduras que apareciam no data show não sabiam suas funções, os comentários eram referentes ao paladar que cada alimento.

Após as orientações, a tarefa solicitada era exatamente para que os estudantes montassem uma tabela, em que cada coluna referia-se a um tipo de vitamina e que os alunos recortassem de jornais, encartes e revistas as frutas e verduras para colar em sua respectiva coluna.

A tarefa foi realizada com alguma dificuldade, pois, além de não saberem qual a vitamina existente em cada alimento e por conta disso tinha que consultar o caderno, a outra dificuldade era de procurar as informações contidas no caderno, chegando eu a conclusão de que os alunos não tinham o hábito de fazer pesquisa, além, é claro, da dificuldade, isso de alguns alunos, de ler, haja vista que todos os alunos conhecem as letras, alguns conseguem ler e outros ainda não conseguem formar palavras.

Ma a idéia principal nesta atividade era exatamente propor uma atividade nova, diferente das que os estudantes vinham sendo submetidos:

Que a educação seja um processo através do qual o indivíduo toma a história em suas próprias mãos, a fim de mudar o rumo da mesma. Como? Acreditando no educando, na sua capacidade de aprender, descobrir, criar soluções, desafiar, enfrentar, propor, escolher e assumir as conseqüências de sua escolha. Mas isso não será possível se continuarmos bitolando os alfabetizandos com desenhos pré-formulados para colorir, com textos criados por outros para copia-rem, com caminhos pontilhados para seguir, com histórias que alienam, com métodos que não levam em conta a lógica de quem aprende. (FUCK, 1994, p. 14 e 15)

Ao final da tarefa, os estudantes olhavam com admiração o cartaz produzido por eles.