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terça-feira, 27 de novembro de 2007








Minha primeira experiência deste semestre, envolvendo meus alunos, foi uma dinâmica muito conhecida entre os professores de ciências do ensino fundamental, séries finais, como leciono, entre outras turmas, para a sétima série, fiz a dinâmica “Cuidando do ninho”.Essa dinâmica tem como objetivo trabalhar com o grupo as questões relacionadas com a maternidade/paternidade precoce e com a responsabilidade de suas ações.O material necessário é um ovo de galinha cru e muita disposição para enfrentar “cara feia” de alguns colegas tradicionais que acham que dinâmica é “matação” de aula e algazarra.Separo a turma em casais, um ou outro aluno pode ficar sozinho, explicando que existem pais ou mães que criam seus filhos sozinhos, se não tiver casais, meninos e meninas suficientes para formar casais, não terá problemas se fizerem casais sendo dois meninos ou duas meninas, explicando que existem casais homossexuais que têm seus filhos de uma produção independente ou filhos adotados.Feito os devidos casais, entrego um, dois ou três ovos para cada dupla, estipulando que aquele ovo está representando ser um menino ou uma menina recém nascido e que de agora em diante deverão cuidar daquelas “crianças”, alguns com síndrome de Down, alguns casais têm gêmeos univitelinos ou gêmeos bivitelinos ou ainda trigêmeos.Estimulo os adolescentes a personalizarem seu “bebê”, pintando um rosto e fazendo um ninho, já que a tarefa dura, em média, uma semana (sete dias).Os “pais” têm o compromisso de levarem seu “bebê-ovo” a todos os lugares que forem, durante o prazo estipulado, já que alguns alunos, de propósito, não receberam ovo, eles serão os responsáveis de averiguar se todos os “casais” estão cuidando de seus “bebês-ovo” durante todo o tempo e se trouxeram para a aula. Um aluno, estipulado por mim, sem que os outros saibam quem é, é o responsável no “seqüestro” do “bebê-ovo”, caso o “casal” o deixe em algum lugar, sem nenhum cuidado.O resultado final é surpreendente, eles vivenciam o sentimento de responsabilidade que envolve a maternidade e a paternidade, mesmo porque, muitos meninos e meninas acabam por nutrir sentimentos afetivos em relação ao seu “filho-ovo”, chegando a ponto de, ao final de uma semana, não querer se desfazer do ovo.Passada uma semana, eles devem entregar-me um relatório diário da sua convivência com o “filho-ovo”, dizendo como o “bebê-ovo” interferiu na vida de cada adolescente, que sentimentos surgiram, que dificuldades apareceram durante o processo, como foram interpretadas as quedas dos ovos, por que há pessoas sem filhos, se algum “bebê-ovo” foi “seqüestrado” e como evitar este fato e por fim, que tipo de lição aprenderam com a dinâmica.Durante o processo, procuro deixar bem claro para todos, que é uma dinâmica, mais que devem usa-la e transporta-la para um fato real e pensar “e se fosse um filho de verdade?”, “e se tivesse que comprar fraldas, leite, trocar fraldas, dar banho, levantar de madrugada para dar mamadeira, medir a temperatura, sair correndo durante a noite para levar ao médico, pegar ônibus com o filho no colo…?”Aqui estão alguns “bebês-ovo” dos meus alunos…