Pesquisar este blog

domingo, 11 de abril de 2010

1º postagem

Minha primeira reação ao saber que faria estágio com uma turma de alfabetização da E.J.A. foi sair correndo da escola, o que de fato ocorreu.

Percebendo que não haveria outra forma de estagiar, voltei conversei com a orientadora da escola, também conversei com a professora Jaqueline e menos nervosa dessas conversas.

Comecei a ler e reler textos sobre alfabetização de adultos quando, no texto de Giroux ele chama a alfabetização de “problema” e, de fato a alfabetização de adultos é mais do que um problema da alfabetização em si é um problema cultural, político e social, afinal de contas, um adulto que não sabe diferenciar uma letra da outra e ao vê-las não passa de um desenho, este adulto é cego diante de uma sociedade letrada, em que tudo gira em torno da leitura e da escrita.

Uma semana antes de iniciar o estágio, comecei, com licença da orientadora e da professora titular, a freqüentar as aulas para melhor conhecer os alunos, a percepção inicial é de que eles sentem necessidade de provar algo para alguém, que pode ser seus familiares, com discursos: “Vou provar a eles que eu consigo”. “Eles vão ver que sou capaz”. “Vou ler pra todos ouvirem”, enfim, como dizia Gramsci que as pessoas deveriam lutar pela educação e é essa a impressão que tive dessas pessoas, elas estão lutando por seu lugar na sociedade.

Referência:

Antonio Gramsci, citado por James Donald, "Language, Literacy, and Schooling", in The State and Popular Culture (Milton Keynes: Open University, U203 Popular Culture Unit, 1982), p. 44. Com referência às observações de Gramsci sobre a linguagem, ver Antonio Gramsci, The Modern Prince and Other Writings, trad. de Louis Marks (Nova York, New World Paperbacks, 1957), passim; Selections from the Prison Notebooks, org. Q. Hoare e G. Nowell Smith (Nova York, International Publishers, 1971); e Lettersfrom Prison (Londres, Jonathan Cape, 1975).

Para uma discussão crítica das teorias de reprodução e resistência, ver Henry A. Giroux, Theory and Resistance in Education; ver também J. C. Walker, "Romanticising Resistance, Romanticising Culture: Problems in Willis's Theory of Cultural Production", British Journal of Sociology of Education, 7: 1 (1986), pp. 59-80.

Um comentário:

Patricia Grasel disse...

Angélica,

Adorei saber um pouquinho mais sobre sua prática de estágio. Tenho certeza que vc se sairá muito bem, pois pelo que tenho te acompanhado até o momento vc é extremamente capaz de ousar e trabalhar com público por enquanto "desconhecido".

Bjos e sucessoooo!